Conforme economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, analisar despesas e receitas é o primeiro passo para o planejamento
Chegou o momento de olhar para os resultados de 2022 e começar o planejamento para o próximo ano. O que deu certo e o que deu errado? O que pode ser aprimorado? Em um cenário de alta inadimplência, quais são os passos que devemos tomar para visar um melhor faturamento no ano que começa? Em meio a tantos questionamentos, é fundamental revisar os balanços feitos nos últimos 12 meses e definir novos objetivos para 2023.
Um dos pilares mais importantes para a saúde financeira das empresas é o planejamento e, por isso, convidamos o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, para esclarecer os melhores caminhos para definir as metas do próximo ano. Segundo ele, anotar despesas e receitas de maneira recorrente é o que vai permitir traçar um diagnóstico com relação à situação financeira atual.
Nesse sentido, Oscar esclarece que verificar as despesas supérfluas e aquelas que efetivamente trazem um ganho de bem-estar no dia a dia é um passo fundamental. Para fazer com que as despesas sejam menores ao longo do tempo, confira algumas dicas:
1) Busca por preços: em muitos casos existem situações em que uma mesma mercadoria apresenta distintos preços em vários locais. Existem ferramentas na internet que contribuem para analisar isso;
2) Pechinchar: poucas pessoas recorrem a este tipo de expediente, é bem relevante para se buscar redução de despesa;
3) Comprar em grandes quantidades: o valor unitário acaba sendo reduzido e isso pode ser uma boa estratégia para se ter uma economia ao longo do tempo;
4) Investir em produtos de marca própria: em uma situação onde a inflação está elevada e o poder de compra dos salários não é tão elevado assim, isso também pode contribuir de forma positiva.
Além disso, Oscar destaca que analisar a receita também é essencial. “É importante revisar os gastos, mas também é necessário pensar em como aumentar o faturamento. Uma das formas é justamente avaliar a possibilidade de monetizar algum talento específico, principalmente através das ferramentas da internet e das redes sociais, o que permite escalar os negócios de forma significativa”, afirma.
Planejamento financeiro 2023: cuidado com a inadimplência
Além da análise de despesas e receitas, Oscar enfatiza que é importante ter atenção para evitar que as dívidas não se tornem uma bola de neve. “Esse é o principal ponto, no sentido de que isso esteja comprometendo demais o orçamento das famílias e inviabilizando gastos com bens essenciais. Se chega numa situação como essa, é bastante crítico e a ideia é evitar dívidas acumuladas”, pontua.
Conforme ele, para que o planejamento financeiro do próximo ano seja positivo, é fundamental evitar que as dívidas em atraso estejam consumindo uma parte relevante do orçamento. “Se a pessoa está inadimplente, o primeiro passo é buscar renegociação com o agente credor, pois nesses casos há interesse mútuo, tanto da parte que está devendo, quanto da parte que está concedendo o crédito. Portanto, a ideia é renegociar para que se tenha condições vantajosas. É um jogo de soma positiva na economia, os dois lados saem ganhando”, explica.
Dessa forma, Oscar reitera que renegociar dívidas e separar os valores necessários dentro do orçamento é um item importante para o planejamento financeiro. “É preciso revisitar as despesas, encontrar formas de diversificar as fontes de receita e, em casos de inadimplência, também renegociar as dívidas em atraso”, conclui.